Mais do que um registro ao vivo, o novo audiovisual da banda Eva, que acaba de ser lançado em parceria com a Macaco Gordo, é uma celebração da própria trajetória do grupo, um encontro entre memória e criação, entre o som que ficou e o som que continua a acontecer. O novo trabalho pede escuta atenta pela proposta.
Ao longo de décadas, o Eva construiu um repertório que funciona como mapa emocional da música baiana moderna, com canções que atravessam gerações e se tornaram parte da história afetiva do país, eternizadas nas vozes de grandes artistas que já passaram pelo comando da banda.
Agora, neste novo registro, que acaba de ser lançado (https://www.youtube.com/watch?v=--mC9w1uc-g&list=OLAK5uy_nzNuFGdqOUJPq76THXVQJsXs-heP85daM), o grupo não apenas revive esses clássicos – muitos deles que nunca tiveram uma nova roupagem desde que Felipe Pezzoni assumiu os vocais. A banda os reinterpreta, revelando novas texturas e significados, frutos de construção coletiva dos músicos e de Felipe.
“Revisitamos canções com respeito ao que elas já representaram para a nossa história, mas reinventando-as. A beleza está em manter o sentimento e permitir que a sonoridade respire no presente”, reflete o vocalista.
O projeto foi realizado dentro da série Macaco Sessions, sob direção de Chico Kertész. É um projeto que carrega a pluralidade da cultura e da música brasileira em seu DNA, fruto do compromisso da Macaco Gordo com o audiovisual e com a valorização da música enquanto patrimônio imaterial. A parceria resultou em um material que capta o Eva em seu estado mais natural: próximo, orgânico, vibrante.
Entre os destaques do repertório de 20 faixas está “Sol em Salvador”, uma composição de Composta por Guga Meyra, Jhaca, Ramon Cruz, Felipe Pezzoni, Nairo, Marco Lima e Tie Castro. A canção, recém-lançada no formato single, reflete a energia e o espírito da cidade que inspirou a banda desde o início. “Essa música é uma carta de amor à nossa origem. Não é só sobre a paisagem: é sobre a cor do tempo que a gente carrega no corpo quando toca”, diz Felipe.
Além da faixa, o audiovisual reúne sucessos como “Beleza Rara”, “Adeus Bye Bye”, “Chuva de Verão”, “É do Eva” e inéditas, como “Eva na Praça”, “Coisa Rara”, “Lengo Lengo” e “Eva Sinfonia”, uma celebração do verão e do espírito solar que acompanha o grupo desde sua origem. “Cada canção tem uma história e um momento da nossa trajetória. São hinos que a galera canta junto, é a alma do nosso show”, comenta Felipe.
Mais do que uma coletânea de músicas, o projeto se consolida como um retrato vivo da identidade do Eva: uma banda que amadurece sem perder o frescor, que olha para trás sem nostalgia e que entende a música como movimento. “Quando relembramos, também estamos dizendo algo do que queremos ser amanhã”, afirma o vocalista.
O audiovisual evidencia o lado mais polivalente do vocalista Felipe Pezonni, que assume a direção artística do show e das músicas, mostrando versatilidade e a maturidade adquirida ao longo de sua trajetória. Felipe também está mais engajado nas composições, deixando fluir sua veia criativa, assinando parcerias em diversas canções do novo trabalho.
A produção e direção musical ficaram a cargo de Luã Almeida, que também é tecladista. O projeto contou com a participação dos músicos Betinho Iris (baixo), Esso Brumom (bateria), Peterson Figueredo (guitarra e violão), Jackson Almeida (guitarrista e violão), Davi Brito (trompete), Thauan de Jesus (trombone), Cuca (percussão), Hugo Aragão (percussão), Ângela Velloso (backing vocal), Vini (backing vocal) e Felipe Pezzoni (voz). A mixagem e masterização foram realizadas por Jaksandro da Silva e a Edição de Áudio é do tecladista e diretor musical Luã Almeida.
O novo trabalho reafirma o lugar do Eva como uma das forças mais consistentes da música baiana. Entre a leveza da festa e a profundidade da memória, a banda segue construindo pontes entre gerações, fiel à sua história, mas movida pela inquietação criativa que a fez chegar até aqui. “A gente não quer só reviver um show bom do passado. Queremos oferecer uma escuta que faça a pessoa voltar para a casa diferente, com algo a mais dentro”, conclui Felipe.